Luiz Aquila pertence a uma geração de artistas com sólida e erudita formação. Aplaudido pela crítica especializada, fez da pintura o seu território, a sua poesia, a sua existência. A sua obra é forte e rigorosa, com movimentos cromáticos definidos e, por vezes, por pinceladas imprevistas que rompem o limite da tela e surgem como provocações ou soluções, impondo ao artista novos caminhos, novas hierarquizações. Disciplinado e meticuloso, desenvolve na intimidade de seu ateliê as suas obras, a partir de intensa pesquisa de materiais e suportes. Diariamente, num exercício incansável de amor e troca, tensão e conflito entre criador e criatura, transita entre telas, cavaletes, pincéis, desenhos, rabiscos e superposições cromáticas, quando a sua mão, em gestos cadentes e poéticos, proporciona, uma obra mágica, uma obra única, fruto da inquietação de um pintor maior. A exposição “Aquila III Milênio – Criação em Aberto” apresenta pinturas produzidas entre 2007 e 2019, constituindo um conjunto de telas vibrantes e potentes, que convidam o espectador, a dialogar com a sua obra. Proporciona percursos individuais próprios, a partir de experiências e olhares, aproximando ou fragmentando composições, em movimentos imprevistos e casuais. Enfim, a sua obra continua e continuará uma criação em aberto, para novas propostas e questionamentos estéticos. É de fundamental importância a contribuição de Luiz Aquila na revalorização da pintura nos anos 1980, quando foi professor e diretor da Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro. Seu legado para a história da arte no Brasil é definitivo. O Museu Nacional de Belas Artes ao realizar esta exposição, visa formar novas plateias para a fruição e o conhecimento de intérpretes consagrados da arte contemporânea brasileira.
Monica F. Braunschweiger Xexéo Diretora do Museu Nacional de Belas Artes/IBRAM, 2019
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